domingo, 30 de outubro de 2011

Cronograma de Palestras e Mostras de Vídeo

Segue o Cronograma de Palestras da 
II Campanha quem se informa não usa drogas - Quero sim, meu Camocim sem drogas"




ZONA RURAL II


Dia 08/11 - Palestra com os Jovens da Praia do Maceió pela manhã - Responsáveis: Ingrid e Andréia 
Dia 09/11 - Mostra de Vídeo  com os jovens da Vila Nova pela manhãResponsáveis: Ingrid e Andréia 
Dia 14/11 - Mostra de Vídeo com as famílias da Tatajuba pela manhã  - Responsáveis: Izabella e Valeska
Dia 21/11 - Palestra com as famílias do Buriti pela manhã  - Responsáveis: Izabella e Valeska
Dia 23/11 - Palestra com as famílias do Sítio São Matheus pela manhã - Responsáveis: Karine e Paulo 
Dia 28/11 - Mostra de Vídeo com os jovens do Laguinho da Torta pela manhã - Responsáveis: Ingrid e Andréia
Dia 29/11 - Palestra com os jovens do Guriú à tarde - Responsáveis: Rita Rodrigues, Ernestina e Roberto
Dia 29/11 -  Palestra com os jovens da Pedra Branca à noite- Responsáveis: Rita Rodrigues, Ernestina e Roberto

ZONA RURAL I    

Dia  01/11 - Tamboril à tarde - Responsável: Graça Cardeal
Dia 01/11 - Mororó à noite - Responsáveis: Ernestina e Roberto
Dia 04/11 -  Amarelas à tarde - Responsável: Roberto



ZONA URBANA I e  II

Dia 03/11 - CEPI horário a definir - Responsável: CRAS II
Dia 03/11- Liceu horário a definir - Responsável:  Proerd
Dia:  04/11 - Escola Profissionalizante horário a definir - Responsável: CRAS II
Dia 04/11 - Escola Ottoni Coelho à noite - Responsável:  Herbert
Dia 07/11 - Colégio Georgina  horário a definir - Responsável:  Mary Ruth
Dia 07/11 - Instituto São José horário a definir - Responsável:  Elizabeth 
Dia 08/11 - Escola Ottoni Coelho à noite - Responsável:  Elizabeth
Dia 17/11 - Escola Eduardo Normândia manhã ou tarde  Responsável: Ernestina 

As Escolas General Campos, Alba Maria e Idelzuite terão datas e horários a serem definidos. 




Em breve as fotos da Caminhada!!!!


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Movimento Punk de Camocim no combate as drogas



Entrevista com Diogo A. Santiago, estudante, baterista da Banda Grito Suburbano e representante do Movimento Punk de Camocim.

1. O que é ser Punk?

Ser Punk vai além do jeito de se vestir, mas diz respeito a ter atitude para mudar a realidade. O Punk sofre muito preconceito, as pessoas acham que somos drogados, mas  estamos tentando mudar essa visão.

2. Quais são as bandas de referência do Movimento Punk?

Banda Garotos Podres, Ratos de Porão Calibre 12, Ramones, Sex Pistols, The Clash, Inocentes e várias outras bandas.

3. Em Camocim existem festas específicas do Movimento Punk?

Sim, existe o Rock Fest, o Halloween Rock e o Festival de Bandas de Garagem.

4. Como você vê a questão da droga?

A gente sabe que dentro do movimento punk existem pessoas que bebem, fumam, como tem em qualquer outro grupo. Mas a gente tenta desfazer essa imagem de que o punk é um louco, um psicopata. O modo de se vestir do punk é uma denúncia ao sistema capitalista, que é injusto e desigual. Pois, enquanto os ricos viajam em navios e aviões, os pobres ficam em salas de esperas de hospitais. 

5. Como é ser jovem em Camocim?

Nós temos poucas opçoes de lazer. O que eu faço é tocar bateria no NAEC - Núcleo de Arte e Cultura e me reúno com os meus amigos do movimento para falar sobre música e sobre os problemas da sociedade. 

6. Você pratica algum esporte?

Eu gosto de andar de skate, mas também é outro grupo discriminado em Camocim, pois as pessoas logo associam à questão da droga, assim como os que usam cabelo moicano. Mas isso não tem nada a ver. Fico muito triste quando escuto as pessoas chamando a gente de "gangue de preto" e quando afirmam que nós só ficamos usando drogas e brigando. Somos da paz e não devemos ser julgados pelo modo como nos vestimos. 

7. Quais são suas perspectivas de futuro?

Eu me vejo como músico e sonho em ser um revolucionário. Quero que a sociedade mude, que tenha mais justiça e mais liberdade.

8. Mensagem final:

Que a juventude lute pelos seus ideais, que se queremos mudar o mundo, vamos tentar mudar da maneira certa. A droga não é o melhor caminho para essa mudança.  

Diogo apresentou na ocasião da entrevista, um Fanzine elaborado por ele, que será distribuído durante a  "II Caminhada Quem se Informa não usa drogas". Com frases de impacto e de repúdio à droga, Diogo espera contribuir para que a sociedade enxergue o punk de outra forma: " Vamos fazer a nossa parte e contribuir com o combate à droga no nosso município".

A saber sobre o Movimento Punk:

O estilo punk surgiu em 1975 como mais uma manifestação juvenil semelhante aos da década de 50 e 60: o objetivo do movimento era a afirmação de um estilo, sem envolver com questões éticas, políticas ou sociais. O estilo musical punk rock surgiu nos Estados Unidos com a banda The Ramones, que se baseou no rock and roll, com músicas simples e curtas, no máximo com três ou quatro acordes.

Na Inglaterra, o espírito renovador do punk rock se mesclou a uma situação de tédio cultural e decadência social, provocando o surgimento do punk propriamente dito, com estilo visual grosseiro, humor ácido, sarcasmo, agressividade e pessimismo.

Atualmente, o conceito de punk é um pouco diferente do punk “clássico”. De fato, entre os membros da tribo não existe agressividade e pessimismo, características atribuídas às tribos surgidas Inglaterra.

Os punks geralmente usam calças jeans justas, rasgadas, jaquetas de couro, coturnos, tênis converse, correntes, corte de cabelo moicano ou cabelo um pouco comprido. A moda punk contrasta com a moda vigente e sempre apresenta elementos contestadores aos valores aceitos pela sociedade. Entre as características ideológicas podemos citar o anti-nazismo, o amor livre, a liberdade individual, o autodidatismo e o cosmopolismo.

Fonte: http://www.brasilescola.com/sociologia/estilo-punk.htm

A informação é o melhor caminho para combater o preconceito!!!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Caminhada quero sim meu Camocim sem drogas, eu vou!

"Vou para a Caminhada porque  acredito que a luta contra as drogas deve ser um trabalho constante e a participação de todos vem garatir o sucesso desta luta"- Karine Nascimento, assistente social e idealizadora da Campanha Quem se informa não usa drogas".

" Vou para a caminhada para dar apoio e incentivar a população a reconhecer o problema que nós estamos vivenciando em Camocim" - Euridiva Saraiva, psicóloga clínica.

"Eu acho importante para as pessoas se sensibilizarem que a droga não é um problema individual, mas de toda a coletividade" - Myrna Sotero, coordenadora do CAPS II e acadêmica de enfermagem.

" Fui ano passado e este ano vou de novo porque é um acontecimento social e entendo que eventos como esses contribuem para dar voz à população e acho importante porque é o povo de Camocim dizendo NÃO às drogas" - Henrique Leão, produtor em audiovisual.

"Vou para a caminhada porque a minha participação será de grande importância para a efetivação de uma política pública no combate à drogadição, sendo este o perfil de um autêntico cidadão que reconhece a participação como um instrumento de democracia" - Fábio Luís, acadêmico de serviço social.  

" Além de ser um hábito saudável é uma forma de demonstrar minha indignação a esse atentado violento à saúde e à construção do caráter da nossa juventude. Participar dessa caminhada é também uma forma de demonstrar que a sociedade camocinense está atenta ao uso abusivo dessas subastâncias que vem destruindo a nossa nação"  - Valdecarlos B. Aguiar, auxiliar administrativo e cinegrafista.

"Vou para a caminhada para incentivar a luta contra as drogas e com a presença de todos incentivar o esporte como um caminho alternativo e mais saudável" - Luciano Carlos, professor de capoeira do Grupo Cadência.

" Já que não posso acabar de vez com essas drogas que são uma droga, vou para a caminhada , pois é uma das maneiras de amenizar essa situação e conscientizar as pessoas que as drogas acabam com sua vida e com a vida de quem está próximo." - Diana Lima, recepcionista e  ministra de louvor da Igreja Batista Vale de Bênção.
" Para mostrar que eu não sou conivente com a droga, porque é um problema que vem afetando a nossa cidade. Estamos aderindo à essa luta, faça parte você também", Ana Virgínia Coordenadora do Projovem Adolescente Camocim.

domingo, 23 de outubro de 2011

Rehab - Amy Winehouse


Rehab

They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I ain't got the time
And if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab
But I won't go-go-go

I'd rather be at home with Ray
I ain't got seventy days
'Cause there's nothing
There's nothing you can teach me
That I can't learn from Mr. Hathaway

I didn't get a lot in class
But I know it don't come in a shot glass

They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I ain't got the time
And if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab
But I won't go-go-go

The man said "why do you think you're here?"
I said "I got no idea.
I'm gonna, I'm gonna lose my baby,
So I always keep a bottle near."
He said "I just think you're depressed,
Kiss me here, baby, and go rest."

They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know

I don't ever want to drink again
I just, ooh, I just need a friend
I'm not going to spend ten weeks
And have everyone think I'm on the mend

It's not just my pride
It's just 'til these tears have dried

They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I ain't got the time
And if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab
But I won't go-go-go

Reabilitação

Tentaram me mandar pra reabilitação
Eu disse "não, não, não"
É, eu estive meio caída, mas quando eu voltar
Vocês vão saber, saber, saber
Eu não tenho tempo
E mesmo meu pai pensando que eu estou bem;
Ele tentou me mandar pra reabilitação
Mas eu não vou, vou, vou

Prefiro ficar em casa com Ray (Charles)
Não posso ficar 70 dias internada
Por que não há nada
Não há nada que possam me ensinar lá
Que eu não possa aprender com o Sr. (Donny) Hathaway

Não aprendi muito na escola
Mas sei as respostas não estão no fundo de um copo

Tentaram me mandar pra reabilitação
Eu disse "não, não, não"
É, eu estive meio caída, mas quando eu voltar
Vocês vão saber, saber, saber
Eu não tenho tempo
E mesmo meu pai pensando que eu estou bem;
Ele tentou me mandar pra reabilitação
Mas eu não vou, vou, vou

O cara disse: "Por que você acha que está aqui?"
Eu disse "não faço idéia
Eu vou, vou perder meu amor
Então eu sempre mantenho uma garrafa por perto"
Ele disse "acho que você só está deprimida,
Me dê um beijo aqui, amor, e vá descansar"

Tentaram me mandar pra reabilitação
Eu disse "não, não, não"
É, eu estive meio caída, mas quando eu voltar
Vocês vão saber, saber, saber

Eu não quero beber nunca mais
Eu só oh, só preciso de um amigo
Não vou desperdiçar dez semanas
Pra todo mundo pensar que estou me recuperando

Não é só meu orgulho
É só até essas lágrimas secarem

Tentaram me mandar pra reabilitação
Eu disse "não, não, não"
É, eu estive meio caída, mas quando eu voltar
Vocês vão saber, saber, saber
Eu não tenho tempo
E mesmo meu pai pensando que eu estou bem;
Ele tentou me mandar pra reabilitação
Mas eu não vou, vou, vou

A Benevolência do povo brasileiro!


A Benevolência foi eleita pelo povo brasileiro e divulgada pela ONU como o valor central do nosso país. Na verdade esse sempre foi o grande "marketing" do nosso povo: ajudar o próximo, ser solidário, ser receptivo, ser acolhedor, etc. O mais interessante disso tudo é que esses mesmos brasileiros matam mais de cem pessoas por dia com armas de fogo. Dados esses, revelados pela mesma ONU. O relatório da ONU, que divulgou esses dados da violência na América Latina prevê possíveis soluções para o problema da violência. Entre as medidas, está o desenvolvimento de programas de segurança pública que envolvem a participação das comunidades. Na verdade programas de segurança pública irão resolver a ponta do problema, mas o conteúdo está na formação de pessoas capazes de respeitar o outro verdadeiramente.Existe uma certa distância entre o falar e o fazer, além disso é muito fácil segurar a sacola de alguém na rua, ajudar um idoso a atravessar a avenida. O mais difícil mesmo é tolerar, é dialogar, é ceder.

Vamos exercitar a tolerância, vale à pena!!!!!


Talita de Lemos 
Assistente Social 
CAPS II Camocim

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Um exemplo a ser seguido






Esse vídeo apresenta que outras possibilidades existem além da droga. A juventude é rica em criatividade e coragem. Esse grupo, coordenado pela ONG Fábrica de Imagens promove ações em audiovisual, com enfoque nas questões de cidadania, gênero e diversidade sexual. O programa Perspectivas é idealizado e realizado pelos jovens do projeto.

Para saber mais:  http://www.fabricadeimagens.org.br/

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Caminhada " Quem se informa não usa drogas" - 2010

Programação da Campanha "Quero, sim meu Camocim sem drogas"

Dia 27/10/2011: Caminhada "Quero sim, meu Camocim sem drogas" - Saída às 8h da Praça São Francisco (De preferência vestir branco)
Dia 02/12/2011: Blitz - Saída às 8h da Praça São Francisco
Dia 09/12/2011 : Festival Cultural: Praça da Matriz (Horário a confirmar)

Obs: As Palestras e mostras de vídeo também serão divulgadas neste blog, assim como qualquer alteração na programação.

O que são drogas?

Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no organismo modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas,de animais e de alguns minerais. Exemplo a cafeína (do café), a nicotina (presente no tabaco), o ópio (na papoula) e o THC tetrahidrocanabiol (da maconha). As drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas especiais. O termo droga, presta-se a várias interpretações, mas comumente suscita a idéia de uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações, o humor e o comportamento. As drogas estão classificadas em três categorias: as estimulantes, os depressores e os perturbadores das atividades mentais. O termo droga envolve os analgésicos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e substâncias voláteis. As psicotrópicas, são as drogas que tem tropismo e afetam o Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psíquicas e o comportamento. Essas drogas podem ser absorvidas de várias formas: por injeção, por inalação, via oral, injeção intravenosa ou aplicadas via retal (supositório). 

Intoxicação Aguda
É uma condição transitória seguindo-se a administração de álcool ou outra substância psicoativa, resultando em perturbações no nível de consciência, cognição, percepção, afeto ou comportamento, ou outras funções ou respostas psicofisiológicas. 

Uso Nocivo
É um padrão de uso de substância psicoativa que está causando dano à saúde. O dano pode ser físico (como no caso de hepatite decorrente da administração de drogas injetáveis) ou mental (ex. episódio depressivo secundário a um grande consumo de álcool).

Toxicomania
A toxicomania é um estado de intoxicação periódica ou crônica, nociva ao indivíduo e à sociedade, determinada pelo consumo repetido de uma droga, (natural ou sintética). Suas características são:
1 - irresistível desejo causado pela falta que obriga a continuar a usar droga.
2 - tendência a aumentar a dose.
3 - dependência de ordem psíquica (psicológica), às vezes física acerca dos efeitos das drogas. 

(Fonte: Como agem as drogas, Gesina L. Longenecker,PH.D. Quark books. Ilustrações de Nelson W.Hee)

O crack: como lidar com este grave problema (I)

Breve panorama do crack


O panorama mundial da difusão do uso do cloridrato de cocaína (pó) por aspiração intranasal esteve associado, a partir da década de 60, à falta de algumas drogas no mercado, como a anfetamina e a maconha, devido às ações repressivas. Contudo, o alto preço do produto levou usuários de drogas à descoberta de outras formas de uso com efeitos mais intensos, apesar de menor duração. Desse cenário, no início de 1980, aparecem novas drogas obtidas a partir da mistura de cloridrato de cocaína com ingredientes cada vez mais incertos e tóxicos. Tempos depois, surge o uso do crack, outra forma fumável de cocaína, disseminando-se no Brasil, oficialmente a partir de 1989, alastrando-se atualmente, em vários segmentos sociais de gênero, sexo, idade e classe social.  
Na produção de crack não há o processo de purificação final. O cloridrato de cocaína é dissolvido em água e adicionado em bicarbonato de sódio. Essa mistura é aquecida e, quando seca, adquire a forma de pedras duras e fumáveis. Além dos alcalóides de cocaína e bicarbonato de sódio, essas pedras contêm as sobras de todos os ingredientes que já haviam sido adicionados anteriormente durante o refino da cocaína. As pedras de crack são vendidas já prontas para serem fumadas. Sua composição conta com uma quantidade imprecisa de cocaína, suficiente para que possa produzir efeitos fortes e intensos. Além disso, para obter a produção final do crack são misturadas à cocaína diversas substâncias tóxicas como gasolina, querosene e até água de bateria.
O uso disseminado do crack no mundo das drogas está relacionado a vários fatores que levaram a uma grave transformação, tanto na oferta quanto na procura. De um lado, o controle mundial repressivo sobre os insumos químicos necessários a sua produção – como éter e acetona – leva os produtores a baratear cada vez mais sua fabricação, com a utilização indiscriminada de outros ingredientes altamente impuros. Quanto mais barata sua produção, mais rentável é sua venda. Por outro lado, o crack representa para a população usuária de drogas um tipo de cocaína acessível, pois vendido em pequenas unidades baratas, oferece efeitos rápidos e intensos. Entretanto, a desejada intoxicação cocaínica proporcionada pelo crack provoca efeitos de pouca duração, o que leva o usuário a fumar imediatamente outra pedra. Esse ciclo ininterrupto de uso potencializa os prejuízos à saúde física, as possibilidades de dependência e os danos sociais. A inovação no mercado das drogas com a entrada do crack atraiu pequenos traficantes, agravou ainda mais a situação, com o aumento incontrolável de produções caseiras, se diferenciando conforme a região do país.
À cocaína é misturada uma variedade incerta de reagentes químicos em sua preparação. O desconhecimento quanto a sua composição pode dificultar, muitas vezes, as intervenções emergenciais de cuidados à saúde nos casos de intoxicação aguda sofrida por alguns usuários. Tais condições, porém, não impossibilitam o desenvolvimento de ações voltadas à saúde e ao bem-estar social da referida população
Formas de uso e seus efeitos  
O crack é fumado por ser uma forma mais rápida (e barata) de a droga chegar ao cérebro e produzir seus efeitos. A pedra é quebrada e fumada de diversas maneiras e em diferentes recipientes: enrolada no cigarro de tabaco ou misturada na maconha – forma que parece amenizar psiquicamente os efeitos maléficos da droga, como o sentimento de perseguição, a agitação motora e posteriormente a depressão. É também fumado em cachimbos improvisados feitos em tubos de PVC ou em latas de alumínio muitas vezes coletados na rua ou no lixo, apresentando possibilidades de contaminação infecciosa. O uso de latas favorece a aspiração de grande quantidade de fumaça pelo bocal, promovendo intoxicação pulmonar muito intensa.   
            São vários os tipos de danos causados pelo uso de crack. Além dos problemas respiratórios pela inspiração de partículas sólidas, sua ação estimulante leva à perda de apetite, falta de sono e agitação motora e, a dificuldade de ingestão de alimentos pode levar à desnutrição, desidratação e gastrite. Podem ser ainda observados sintomas físicos como rachadura nos lábios pela falta de ingestão de água e de salivação, cortes e queimaduras nos dedos das mãos e às vezes no nariz, provocados pelo ato de quebrar e acender a pedra, além de ficar o usuário mais exposto ao risco social e de doenças.
Dados epidemiológicos  
O cenário epidemiológico do crack no Brasil, segundo o CEBRID, aponta:  
1.      População geral, cidades com mais de 200.000 habitantes (2001 e 2005) 

2001
2005
homens
mulheres
total
homens 
mulheres
total 
Crack: uso na vida (%)
0,7 
0,2
0,4  
1,5
0,2  
0,7
                  
2.      Estudantes de 10 a 19 anos, ensino fundamental e médio da rede pública de ensino, (2004) – padrão de consumo de crack  
Padrão de uso  
%
Uso na vida
0,7
Uso no ano
0,7
Uso no mês  
0,5  
Uso freqüente* 6 ou mais vezes nos últimos 30 dias
0,1  
Uso pesado** 20 ou mais vezes nos últimos 30 dias
0,1
                                      
3.      Crianças e adolescentes, de 9 a 18 anos, em situação de rua (27 capitais brasileiras - 2003)  
Uso no ano  
8,6%
Uso no mês
5,5%  


          Gestores de saúde mental relatam aumento no consumo de crack em regiões que não apresentavam consumo significativo da droga, em especial no nordeste e nas cidades fora dos grandes centros urbanos. O aumento parece estar relacionado com o baixo custo e as características dos efeitos procurados, embora sejam necessários estudos e pesquisa sobre a influência desses ou outros fatores.
            Atenção integral em saúde e saúde mental aos usuários de crack  
Como todo uso de drogas está associado a fatores biopsicossociais, o consumo de crack não é diferente. Além dos problemas físicos já descritos, há os de ordem psicológica, social e legal. Ocorrem graves perdas nos vínculos familiares, nos espaços relacionais, nos estudos e no trabalho, bem como a troca de sexo por drogas e, ainda, podendo chegar à realização de pequenos delitos para a aquisição da droga. Há controvérsia se tais condutas socialmente desaprovadas têm relação com o estado de “fissura” para usar ou se resulta da própria intoxicação. A unanimidade é que o usuário desemboca numa grave e complexa exclusão social.  
As abordagens ao usuário de crack exigem criatividade, paciência e respeito aos seus direitos, enquanto cidadão, para superar seu estado de vulnerabilidade, riscos, estigma e marginalização. Estratégias preventivas podem ser levantadas não somente entre esse novo grupo, como também dirigidas àqueles usuários que, por algum motivo, ainda não se aventuraram nesse tipo de droga. O atendimento ao dependente de crack deve considerar alguns importantes critérios: 
      1.            O usuário que não procura tratamento: a ele devem ser dirigidas estratégias de cuidados à saúde, de redução de danos e de riscos sociais e à saúde. As ações devem ser oferecidas e articuladas por uma rede pública de serviços de saúde e de ações sociais e devem ser feitas por equipes itinerantes, como os consultórios de rua,  que busquem ativamente ampliar o acesso aos cuidados em saúde e em saúde mental destes usuários. A perspectiva dessa abordagem objetiva os cuidados da saúde como também as possibilidades de inserção social. 
      2.            A porta de entrada na rede de atenção em saúde deve ser a Estratégia de Saúde Família e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Estes serviços especializados devem ser os organizadores das demandas de saúde mental no território. Os CAPS devem dar apoio especializado às ESF, fazer articulações intersetoriais (educação, assistência social, justiça, cultura, entre outros) e encaminhar e acompanhar os usuários à internação em hospitais gerais, quando necessário.  
      3.            Quando o usuário acessa as equipes de saúde e de saúde mental,  é necessária uma avaliação clínica das suas condições de saúde física e mental, para a definição das intervenções terapêuticas que devem ser desenvolvidas. É importante que se faça uma avaliação de risco pelas equipes de saúde para se definir se é necessária ou não a internação. 
      4.            A internação deve ser de curta duração, em hospital geral da rede pública, com vistas à desintoxicação associada aos cuidados emergenciais das complicações orgânicas e/ou à presença de algum tipo de co-morbidade desenvolvida com o uso. É concebível e muito comum que usuários de crack, ainda que num padrão de uso preocupante, resistam à internação e optem pela desintoxicação e cuidados clínicos em regime aberto, acompanhado nos CAPSad por uma equipe interdisciplinar, nos níveis de atendimento intensivo, semi-intensivo e até o não intensivo. Nesse caso, a boa evolução clínica, psíquica e social dependerá da articulação inter e intrasetorial das redes de apoio, inclusive e se possível, com mobilização familiar. 
      5.            A decisão pela internação deve ser compreendida como parte do tratamento, atrelada a um projeto terapêutico individual e, assim como a alta hospitalar e o pós-alta, deve ser de natureza interdisciplinar. Intervenções e procedimentos isolados mostram-se ineficazes, com pouca adesão e curta duração, além de favorecer o descrédito e desalento da  família e mais estigma ao usuário.  
Estratégias de intervenção e cuidados da rede de saúde:  
    1. Avaliação interdisciplinar para cuidados clínicos (e psiquiátricos, se necessário)
    2. Construção de Projeto Terapêutico Individual, articulado inter e intrasetorialmente 
    3. Atenção básica (via ESF e NASF, com participação de profissionais de AD) 
    4. CAPSad – acolhimento nos níveis intensivo, semi-intensivo até não intensivo 
    5. Leitos em hospital geral 
    6. Consultórios de rua, casas de passagem 
    7. Estratégias de redução de danos 
    8. Articulação com outras Políticas Públicas: Ação Social, Educação, Trabalho, Justiça, Esporte, Direitos Humanos, Moradia.

 Referências bibliográficas de consulta: 
1. Domanico, A. & MacRae, E. Estratégias de Redução de Danos entre Usuários de Crack. In: Silveira, D. X. & Moreira, F. G. Panorama Atual de Drogas e Dependências. São Paulo: Ed. Atheneu, 2006. 
2. Silveira, DX, Labigalini E. e Rodrigues, LR Redução de danos no uso de maconha por dependentes de crack. In: SOS crack prevenção e tratamento. Governo do Estado de São Paulo, 1998. 
3. Andrade, AG, Leite, MC e col. Cocaína e crack: dos fundamentos ao tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. 
4. Governo de São Paulo. SOS crack: prevenção e tratamento, diretrizes e resumos de trabalhos, 1999. 
5. Silva, SL. Mulheres da luz: uma etnografia dos usos e da preservação no uso do crack. 2000. 
 

                                                                                                                                                15.dezembro.2009 
Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool & Outras Drogas 

Texto produzido pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde